"Eu simplesmente sinto Com a imaginação. Sentir? Sinta quem lê!", Fernando Pessoa


sábado, 8 de maio de 2010

"Qual papel será o meu?O de quem nada faz?", Embora doa, Klepht
Dói-me o nada.
Dói-me tudo.

Dói-me o que não existe
Doem-me os dias vazios de ti.

Doem-me as tuas ausências
A falta de me encontrar nas tuas palavras.

Dói-me sobretudo a não-coragem
E as perdas que ela me traz.

Doem-me as palavras ditas
E muitas que foram desditas
Os gestos que se hesitaram.

Dói-me não ser capaz de acreditar
Mas, ainda assim, não duvidar comletamente.

Magoa-me a saudade
E também a proximidade, que nunca é suficiente.

Dói-me tudo o que não vivo,
A vida que passa por mim.
Ou eu é que passo por ela?

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