"Eu simplesmente sinto Com a imaginação. Sentir? Sinta quem lê!", Fernando Pessoa


domingo, 22 de agosto de 2010

Ilusão

“Talvez por não saber falar de cor, imaginei…”, Fácil de entender, The Gift
Naquele tempo eu não sabia dizer
Naquele tempo tu não sabias sentir.
Criámos uma ilusão em cada um,
Achando-nos especiais sem nos conhecermos.
Não te soube ver,
Mas nem tu sabias quem eras.
Não soube dizer o quanto queria
E perdi-me numa ilusão.
Magoámo-nos por um sonho que afinal não era o nosso.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Silêncio

“You can hurt with your words, but you can also hurt with your silence”
Pode ser o bater do coração.
Pode ser sinal de desprezo ou de indiferença
Pode ser medo ou vergonha de um sentimento desconhecido.
Sinónimo de timidez
afasta quem mais queremos por perto
Atrai com os seus mistérios
apenas quem consegue ver além do comum.
Oferece consolo quando as palavras não bastam
mas no fim acaba sempre por nos afastar.

O meu foi o bater do coração
Agora o medo calou-me (de vez) todas as palavras
Reflexo, talvez, da indiferença que causo.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010


“Todos podem ver quem pareço, poucos consguem sentir quem sou.”
Detesto esta situação, a forma como me sinto…
Tudo o que não disse… tudo em que não já consigo acreditar…
Como me sinto culpada…
Talvez me culpe demais, de certeza que penso demais…
Todos os “se’s” que me assombram…
Se eu me fizesse entender…
Se eu pudesse ter a certeza de que foi real…

«Morreste-me»



“How to save a life?”, The Fray

Por vezes as pessoas morrem-nos.
Morrem para nós por não serem aquilo que aparentavam ser. Ou aquilo que precisávamos que fossem. Morrem. Nós insistimos, em vão, em ressuscitá-las. Precisamos de acreditar nessa ilusão, precisamos do suposto em alguém para nos mantermos vivos. Inventamos desculpas e fingimos não ver o óbvio.
Porque pior do que a dor de perder alguém é admitir que nos enganámos e que, em algum momento, também nós falhámos.

sábado, 7 de agosto de 2010


Corro para a outra margem de mim.
Fujo de mim, ou do que fui outrora. Agora não sou nada. Levaram-me os sonhos. Ficou agora apenas um corpo. Não tenho metas, não tenho sonhos. Vou para onde o vento me leva e espero apenas que lá tudo deixe de doer.
Deste lado deixo a fé.
Comigo levo só o medo que me deixaste.
Medo de acreditar.