“Sou água que corre descontrolada e sem destino certo e que, por vezes, pensa poder mudar o curso do rio.”, Margarida Rebelo Pinto
Somos insignificantes. Somos como
um grão de areia.
As ondas vão e vêm. Levam as
minhas memórias, trazem-me um sentimento de vazio.
Queria ser como esta água, que já
esteve no cimo da montanha, já tocou o céu, já foi rio e glaciar e agora é mar
e percorre o mundo.
Queria ser livre assim, estar
aqui hoje e amanhã ter outra forma. Queria ser como a água, que sendo
transparente, é mais notada do que eu. Queria ser como esta água, que embora
não tendo rumo certo, se move com mais confiança do eu.
Porque se esta água, que é apenas
água, pode ser tanto, porque é que eu não consigo acreditar que um dia serei
muito mais?
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